quinta-feira, 29 de maio de 2008

Forçando deus na ciência

Esta reportagem http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u401667.shtml é muito lúcida para o que eu quero mostrar. O jesuíta argentino José Gabriel Funes, diretor do vaticano com certeza é uma pessoa muito esclarecida, mas somente dentro do que quer ser esclarecido, ele faz afirmações espúrias como que o universo não é infinito, infelizmente ainda não conseguimos provar de fato que o mesmo seja finito ou que só exista este universo podemos estar a voltas de descobrir que não seja um UNIverso mas sim um MULTIverso o que acarretaria uma reviravolta no nosso entendimento da vida, a ciência não esta preocupada se esta teoria é demasiada fantasiosa, se ela for real, se for provada, o que podemos fazer? Amicus Plato, sed magis amica veritas

Outra coisa é em relação aos números absurdos do universo conhecidos que são reais, existem bilhões de galáxias com bilhões de estrelas em cada uma, achar que estamos sozinhos é quase probabilisticamente impossível, Carl Sagan dizia que se estamos sozinhos no universo seria um grande desperdício espaço. Sempre digo "eu não acredito, eu sei", e o que eu sei hoje é que existe uma grande probabilidade de planetas se encontrarem na faixa habitável de uma estrela (esta faixa compreende o planeta não estar muito longe ou nem muito perto do seu Sol) claro que estas considerações são pensando em como a vida surgiu na Terra, analisando que precisamos de água e uma fonte constante de energia e calor que seja forte o suficiente para aquecer e fraca o suficiente para não nos queimar. Existem outros fatores como distribuição de locais de terra versus locais com água, um bom oceano é muito útil para equilibrar a temperatura de um planeta, como também grandes erupções foram às responsáveis pela formação das camadas de gás na atmosfera, elementos químicos pesados e o carbono são fundamentais para que hoje exista vida na Terra, não podemos teorizar outros modelos pois só conhecemos este exemplo, apesar de elencar diversas casualidades a probabilidade se restringe muito, mas vivemos em uma destas casualidade, e existem bilhões de bilhões de chances, vale lembrar que não é porque a Terra venceu todas estas casualidades que somos predestinados ou que algum ser misterioso quis que fosse assim, primeiro teria o problema do desperdício de espaço e segundo o mundo é um tanto adverso ao homem, não só adverso como ignora totalmente a sua existência, o tal criador para fazer um universo inteiro para um minúsculo planeta perdido em uma galáxia perdida em meio a tantas outras galáxias podia dar um mundo menos traumático para os seus grandes selecionados.
O padre diz acreditar em outras vidas em outros planetas sem questionar a fé na criação, na encarnação e na redenção, poxa gostaria de saber se Jesus fica rodando os outros mundos? Será que se sim, não poderíamos encontrar um mundo em que ele esteja vivo hoje? Não vou continuar com a teoria pois acho que já perceberam o quão idiota é a crença em uma coisa e a realidade corrente, o padre diz que pode-se admitir acreditar nos dois, ele mostra que a igreja é bem aberta as teorias cientificas atuais inclusive botando o homem realmente como fruto de uma casualidade, ele aceitando isto a teoria de deus dele seria mais ou menos assim “deus criou o universo com as leis da física e esperou para ver no que ia dar”, já que somos uma casualidade não a previsão, deus parece mais um cientista em um laboratório fazendo tentativas do que propriamente um ser onipotente, onisciente e onipresente.
O que acaba nos mostrando é que o padre é um cara bem informado, mas que ainda esta presa a um sistema de fé, apesar da ciência sempre cada vez mais lhe contradizer nele talvez falte uma faísca de pensamento que mostre que nisto tudo deus é irrelevante e tentar costurar deus nesta trama só tira a beleza do universo.

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